Gostar de cozinha não é suficiente
A vontade de abrir um bar ou restaurante é forte em
muita gente, principalmente entre aqueles que são considerados os
‘pizzaiolos da família’ ou ‘especialistas em hambúrguer caseiro’. Mas
gostar da cozinha não basta. De acordo com especialistas da área, ser
eficiente na operação do negócio também é fundamental para o sucesso.
Na avaliação do sócio e consultor da ba}Stockler,
Luis Henrique Stockler, ser apreciador de vinho, cerveja ou preparar um
bom churrasco não vai fazer com que o empreendedor goste do cotidiano do
negócio.
"A rotina é muito massacrante se você não gosta. É preciso entrar na operação sorrindo e se você não quer fazer isso todos os dias, por pelo menos dez anos, não entre. Em três, quatro meses passará o glamour e você vai enjoar. Você terá que aguentar isso durante muito tempo, caso contrário não terá o retorno do capital", afirmou.
"A rotina é muito massacrante se você não gosta. É preciso entrar na operação sorrindo e se você não quer fazer isso todos os dias, por pelo menos dez anos, não entre. Em três, quatro meses passará o glamour e você vai enjoar. Você terá que aguentar isso durante muito tempo, caso contrário não terá o retorno do capital", afirmou.
O valor para iniciar um negócio também assusta os
marinheiros de primeira viagem, como revela Adri Vicente Júnior, da Food
Service Company. "Quem não conhece o negócio, acha que a massa custou
R$ 1, o queijo custou R$ 0,50 e que na pizza só tem dois tomates. E
aquela pizza saiu muito barata e que a pizzaria não é honesta porque
cobrou R$ 40 no produto. Ele acha que vai ganhar dinheiro dessa forma",
disse. Vicente Júnior alerta, ainda, que o negócio exige dedicação e
profissionalismo. "Faça um plano de negócios para não ter uma surpresa
desagradável", destacou.
Planejamento. Entre os pontos
importantes para o sucesso da empresa está o de fazer parte do grupo dos
prevenidos. A crise do tomate, produto que foi o vilão da inflação no
primeiro semestre, pegou muita gente de surpresa. Mas outros
empreendedores sentiram menos, são aqueles que estabelecem parcerias
duradouras e sólidas com fornecedores para evitar os efeitos da variação
de preço.
"Muitas empresas, apesar de elaborarem o plano de negócios, não amarram parcerias com fornecedores", reforça o consultor Luis Stockler.
"Muitas empresas, apesar de elaborarem o plano de negócios, não amarram parcerias com fornecedores", reforça o consultor Luis Stockler.
Hospitalidade. Entre os bons
exemplos do setor está a rede Outback, que tem a operação no Brasil como
a mais rentável do mundo. E o gerente das unidades é peça-chave para o
grupo driblar com eficiência os problemas tão rotineiros do segmento. A
rede transforma esses profissionais em sócios do negócio e consegue uma
dedicação extra, capaz de aumentar a eficiência e, por consequência, a
satisfação do cliente.
Salim Maroun, presidente do Outback no Brasil,
revelou ainda outra estratégia curiosa do negócio durante o Encontro
PME. O empresário disse que a empresa conta com 89 mil outbackers, como
são chamados os funcionários da rede, nos Estados Unidos. Mesmo assim,
não há um departamento de recursos humanos – a responsabilidade de
escolher as pessoas é do sócio, que é treinado para entender do assunto.
Caso contrário, segundo ele, "é como nomear o presidente do Banco
Central sem ele entender da política de juros", compara Maroun.
Para o executivo, o melhor patrimônio de uma
companhia são as pessoas, por isso, a rede valoriza o que chama ‘DNA da
hospitalidade’, a filosofia de excelência da companhia que é transmitida
rotineiramente aos subordinados pelos gestores. Essa aposta deve
pavimentar ainda mais o caminho do sucesso da companhia, ainda mais
porque Maroun não vê turbulência no horizonte da economia doméstica. "Eu
acredito que temos um mercado interno extremamente blindado."
Quem acha que vai ter destaque só por conta dos elogios de amigos precisa pensar mais um pouco antes de começar.
Fonte: Estadão
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